Diferenças entre AL e arrendamento tradicional em Portugal

Vista aérea de Lisboa – diferenças entre AL e arrendamento tradicional em Portugal

AL vs arrendamento: o que muda para proprietários e investidores

Diferenças entre AL e arrendamento tradicional em Portugal. Saiba qual é melhor para si e maximize o rendimento. Fale connosco para apoio especializado.

Além disso, as diferenças entre AL e arrendamento tradicional em Portugal tornaram-se um tema essencial para investidores e proprietários.
Nos últimos anos, as regras mudaram, surgiram novas restrições e o mercado transformou-se.
Assim, compreender ambos os modelos é decisivo para planear investimentos seguros.
Neste artigo, explico tudo de forma clara, prática e atualizada.

Porquê analisar as diferenças entre AL e arrendamento tradicional em Portugal

O mercado imobiliário português continua dinâmico, mas muito diferente do cenário pré-2020.
No entanto, muitos proprietários ainda confundem os dois regimes — e isso pode gerar riscos fiscais, multas e rendimentos abaixo do potencial.

Além disso:

  • Os municípios aplicam regras próprias ao Alojamento Local (AL).
  • Há limitações de novas licenças em várias zonas.
  • O arrendamento tradicional tem incentivos fiscais relevantes, mas obrigações mais rígidas.
  • A procura por arrendamento de longa duração aumentou devido ao acesso limitado à habitação.

Segundo dados do INE , cerca de 27% da população vive atualmente em casas arrendadas — o valor mais alto dos últimos 20 anos.
Consequentemente, a pressão sobre o mercado de arrendamento é real.

Na minha experiência diária com compradores internacionais no Algarve, vejo dois perfis claros:

  1. Proprietário que quer rendimento rápido e flexível → tende a preferir AL.
  2. Investidor que quer estabilidade, liquidez e previsibilidade → opta por arrendamento tradicional.

Diferenças entre AL e arrendamento tradicional: conceitos essenciais

Zona turística do Algarve – Alojamento Local vs arrendamento Portugal 2026

1. Alojamento Local (AL)

O AL é uma atividade económica que consiste em arrendar imóveis a turistas por períodos curtos.
Funciona de forma semelhante a um “pequeno hotel” e exige registo no município e comunicação ao Turismo de Portugal.

Características principais:

  • Estadas de curta duração
  • Elevada rotação de hóspedes
  • Gestão ativa (check-in, limpeza, manutenção)
  • Rendimento potencialmente superior
  • Necessidade de licença
  • Incerteza regulatória em algumas zonas

Nos últimos anos, vários clientes meus sentiram o impacto destas alterações. Um investidor estrangeiro comprou um T1 em Albufeira exclusivamente para AL, e três meses depois o município suspendeu novas licenças na zona. O imóvel continua rentável, mas o risco regulatório tornou-se claro.


2. Arrendamento tradicional (longa duração)

O arrendamento tradicional destina-se a contratos de médio e longo prazo (normalmente 1 a 5 anos).
A relação jurídica é mais estável e regulada.

Características principais:

  • Renda mensal fixa
  • Baixa rotação
  • Menos trabalho operacional
  • Direitos e deveres definidos pelo Código Civil
  • Incentivos fiscais relevantes para contratos longos
  • Menor rendimento bruto comparado ao AL

Muitos dos meus clientes americanos e franceses escolhem esta modalidade quando compram casa para viver mais tarde em Portugal. Enquanto isso, preferem uma renda estável e um inquilino bem selecionado.


Estratégias para escolher entre AL e arrendamento tradicional

Avaliar localização e procura (diferença crítica)

A rentabilidade de AL depende quase totalmente da procura turística e da sazonalidade.

No Algarve, Lisboa e Porto, por exemplo:

  • AL tende a oferecer yields mais altos, mas com maior volatilidade.
  • O arrendamento tradicional tem procura estável todo o ano.

Se o imóvel estiver numa zona sem grande procura turística, o AL perde sentido.
Em 2024, acompanhei um investidor que comprou um apartamento no interior de Loulé para AL. Após análise, a ocupação média não ultrapassava 38%. Alterámos a estratégia para arrendamento tradicional e o retorno anual tornou-se superior e previsível.


Analisar impostos (IMI, IRS, IVA)

As implicações fiscais são muito diferentes e devem ser consideradas logo no início.

AL – Regime fiscal

  • Tributação em sede de IRS categoria B
  • Possibilidade de regime simplificado
  • Taxa de 35% sobre rendimento tributável (90% para hostels)
  • Dedução de despesas reais apenas no regime de contabilidade organizada
  • Em alguns casos, sujeição a IVA (por exemplo, serviços equiparados a hotelaria)

Arrendamento tradicional – Regime fiscal

  • IRS categoria F
  • Taxas entre 10% e 28%, dependendo da duração do contrato
  • Isenção ou redução de IMI em alguns municípios
  • Possibilidade de optar pela tributação autónoma ou englobamento

Obrigações legais e licenciamentos

AL exige:

  • Licença de Alojamento Local
  • Comunicação prévia ao município
  • Livro de reclamações
  • Seguro de responsabilidade civil
  • Regras de higiene e segurança
  • Registo de hóspedes no SEF (SIBA)

Arrendamento tradicional exige:

  • Contrato escrito
  • Comunicação à Autoridade Tributária
  • Emissão de recibos eletrónicos
  • Certificado energético válido
  • Respeito pelas regras do Código Civil

Além disso, o arrendamento tradicional não depende de autorizações municipais. Isso reduz risco e burocracia.


Impostos e custos: diferenças entre AL e arrendamento tradicional

A seguir, uma visão clara para investidores internacionais — o tipo de informação que costumo dar em reuniões com clientes em procura ativa no Algarve e em Lisboa.

IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões)

É igual em ambos os casos e depende do valor de aquisição.
Apenas muda se o imóvel for para habitação própria permanente, secundária ou se for destinado a investimento.

→ Guia completo do IMT: Tudo o que precisa saber antes de comprar casa


IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)

  • AL: paga IMI normalmente; alguns municípios aplicam taxas mais altas a imóveis afetos a AL.
  • Arrendamento tradicional: pode beneficiar de redução ou isenção, dependendo da política municipal (ex.: Lisboa e Porto em programas de apoio).

IRS

AL:

Tributação na categoria B, podendo aumentar a carga fiscal se não houver contabilidade organizada.

Arrendamento tradicional:

IRS mais baixo para contratos longos (pode ir até 10%).


Custos operacionais

AL:

  • Limpeza
  • Manutenção constante
  • Comissões de plataformas (Airbnb, Booking)
  • Gestão profissional opcional (10%–25%)
  • Mobiliário completo obrigatório

Arrendamento tradicional:

  • Menor desgaste
  • Menos custos mensais
  • Risco mais baixo
  • Apenas manutenção básica

Onde investir: zonas recomendadas para AL vs arrendamento tradicional

Lisboa

  • AL: zonas históricas com muitas restrições; quase impossibilidade de novas licenças.
  • Arrendamento tradicional: forte procura de residentes e expatriados.

Porto

  • Regulamentação semelhante a Lisboa.
  • AL apenas interessante em zonas sem suspensão de novas licenças.

Algarve

  • Região mais equilibrada.
  • AL: excelente rendimento em Albufeira, Lagos, Portimão, Vilamoura.
  • Arrendamento tradicional: procura constante por residentes estrangeiros e trabalhadores sazonais.

Zonas emergentes

  • Setúbal
  • Braga
  • Évora
  • Figueira da Foz

Nestes mercados, AL ainda é vantajoso devido ao crescimento turístico e menos restrições.


Conclusão

Em resumo, as diferenças entre AL e arrendamento tradicional em Portugal vão muito além da duração das estadias.
Incluem regras legais, impostos, gestão diária, rendibilidade e até restrições municipais.

Portanto, a melhor solução depende:

  • da localização,
  • do perfil de risco,
  • e da estratégia de investimento.

Se pretender apoio profissional e imparcial, posso ajudá-lo a analisar o seu imóvel e determinar o modelo mais vantajoso.

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